quarta-feira, 14 de agosto de 2013

sábado, 1 de junho de 2013

Série Vagalume!



Ultimamente ando bem, ham... Saudosista, quase. Tenho me lembrado de muita coisa, viagens, passeios, pessoas, acontecimentos... Fiquei pensando em um livro para resenhar (já que ultimamente não tenho lido nada além dos livros para o vestibular) e não foi diferente das outras coisas: acabei lembrando com bastante saudades da Série Vagalume, cujos livros eu devorava facilmente e que, tendo poucos, eu sempre queria mais. Disso pra querer saber "o que aconteceu com ela?" foram dois pulos.

Pois bem, a Série Vagalume, da Editora Ática, começou a ser publicada em 1972, sendo que a grande maioria dos títulos foi lançada pela primeira vez na década de 90, seu auge. Depois de digitar algumas palavras chaves no Google vi que, pasmem, ela é publicada até hoje! Alguns títulos novos saíram com a virada de século mas, na maioria, a editora continua republicando os livros que garantiram tanto sucesso (e, na minha opinião, não faz nenhum mal nisso!).

Pra mim, uma das coisas que mais me agrada é o fato de que os escritores são todos brasileiros. Quer dizer, não tem nada melhor que isso, tem? Livros brasileiros, escritos por brasileiros, para brasileiros! Eu recomendo fortemente. Fortemente, mesmo. E, da minha parte, vou fazer uma propagandinha e contar um pouco dos meus favoritos. Preparados?

O Caso da Borboleta Atíria, de Lúcia Machado de Almeida conta a história de Atíria, uma borboleta com defeito na asa que vive pacatamente na floresta. Um dia, porém, algo horrível ocorre: uma onda de assassinatos começa, assustando todos os insetos. Atíria, por acidente, acaba conhecendo o Príncipe Grilo e se envolvendo mais do que devia: torna-se uma detetive e, em companhia dele, eles desvendam o mistério! Faz tempo que não leio esse livro, e ainda assim, consigo lembrar facilmente das cenas de maior tensão, quando Grilo e Atíria confrontam o maligno assassino... Se você gosta de livros de fantasia e suspense, vale muito a pena ler esse livro.

O Assassinato no Cinco Estrelas e O Rapto do Garoto de Ouro, de Marcos Rey, estão conectados, uma vez que os detetives são os mesmos. Os livros trazem dois casos de mistério e ação de tirar o fôlego e, o mais divertido, se passam aqui, em São Paulo! No primeiro, Leo, trabalhando como mensageiro em um hotel cinco estrelas, descobre acidentalmente um assassinato e, com ajuda de Gino e Ângela, começa a investigar, se metendo em cada vez mais problemas! No segundo, o mesmo trio de detetives amadores se vê às voltas com um rapto que aconteceu perto da casa de Leo, no Bixiga.

Não é o suficiente? Que tal ler A árvore do Dinheiro? Ou talvez A Ilha Perdida? Ou que tal O Escaravelho do Diabo? Os livros são tantos! É só questão de escolher um.

E aí, que tal?

segunda-feira, 20 de maio de 2013

quinta-feira, 16 de maio de 2013

O manual pessimista do envelhecimento.


Você sente como se estivesse observando o mundo através de uma bolha.

Nunca lhe disseram que ia ser fácil, mas você não pode imaginar o quão complexo é o processo de amadurecimento até começar a vivenciá-lo com sua mente e corpo. A vida parece acelerar em alguns pontos e desacelerar em outros, enquanto os mesmos eventos cotidianos tornam-se ainda mais regulares e seus dias cada vez mais iguais. Arrastados e, de modo inexplicável, rápidos também. Você aprende a prever o futuro e ele não é agradável.

Mesmo assim você não se abala. Está muito ocupado para isso, abstraindo-se da realidade nos universos que criou para fingir que o resto todo também é fictício. E não é. Da mesma forma que o planeta Terra também perde a cor, aquilo que te distraia também começa a tornar-se opaco e desaturado. Sem sentido. Você passa a vivenciar o ócio não pelo descanso, mas simplesmente por não desejar o incômodo que é fazer qualquer coisa, já que nada mais lhe parece compensador. Nem mesmo os sonhos.

Eventualmente você acaba ignorando as indagações que explodem na sua cabeça. O ser humano, feliz ou infelizmente, resiste o suficiente para conseguir empurrar os problemas para baixo do tapete e prossegue sem pensar naquela montanha de poeira que ficou mal resolvida lá atrás. Investir o esforço em criar algo talvez seja uma boa ideia, pois esse é um dos últimos hobbies que continua interessante. Até você se dar conta que não é tão bom quanto julgava ser naquela função. 

Claro, você também tem que trabalhar. Um dia disseram-lhe uma vez que o trabalho dignifica o homem, mas então você percebe que a maior parte das pessoas felizes e que vivem confortavelmente trocou sua dignidade por tudo isso. Então o telefone toca e você atende. Tudo que escuta são pessoas lhe despejando um número infinito de ordens, agressões verbais ou simplesmente grunhidos mal educados e eventualmente repara na tendência humana de jamais agradecer pelo serviço prestado.

Aí você entra no ponto crítico. Resolve ligar a televisão, ou abrir o jornal apenas para perceber que o caos continua o mesmo. Os problemas fora da bolha se reinventam rápido o bastante para os culpados da semana passada serem ignorados e uma veia na sua testa desiste de latejar quando você finalmente aceita o mundo como ele é. Você tentou trilhar um caminho que respeitasse ao próximo, mas isso parece não ser mais exigência, então você vira um troglodita também. Percebe que seus antigos ideais já praticamente inexistem e os objetivos tornam-se vagos e pouco importantes. Seu ímpeto de tentar explicar o inexplicável e a vontade de corrigir as coisas que vê errado por aí acabam desaparecendo, pois os problemas são tão complexos que a única solução parece ser reiniciar o caos.

A essa altura, você já despreza a pessoa que se tornou. Você se envergonha do seu egoísmo, da sua prepotência, da sua arrogância e do seu patético senso de justiça. Você acaba aceitando sua própria insignificância e, por tabela, a insignificância dos outros. Você passa a simplesmente ignorar o debate e desiste de ter suas próprias opiniões sobre as coisas.

Nesse ponto você se torna um adulto e a bolha onde você vivia estoura.



quarta-feira, 8 de maio de 2013

Ascensão e Queda dos Fakes - O Início (pt. 1)



Todos vocês - jovens ou não -, já devem ter ouvido falar sobre os perfis "fakes" - que traduzido para o português significa "falso" - que povoam a internet em peso. Em geral, são pessoas comuns tentando se passar por figuras famosas, sejam elas históricas ou não, assumindo um manto e/ou uma máscara para diversos fins e os mais comuns são:

- Livre-arbítrio para espionar perfis alheios fingindo ser outra pessoa;
- Livre-arbítrio para sacanear qualquer um na internet e até mesmo fazer piadas de cunho ofensivo;
- Adotar as características de seu artista, personagem ou figura histórica favorita;
- Criar contas em redes sociais voltadas para conteúdo adulto, dentre outros muitos motivos.

Quando o assunto "fakes de orkut" é desenterrado, muitas pessoas o tratam como um tabu, algo feito exclusivamente para aqueles garotos esquisitos que sentavam no canto escuro da sala e falavam sobre dragões, quadrinhos e matemática com dados de seis até vinte lados ou de garotas anti-sociais que faziam perfis de glamourosas na internet para se sentirem bem. Algo repulsivo e, de certa forma, vergonhoso e idiota. No entanto, busco por meio desta série de postagens, de nome Ascensão e Queda dos Fakes, apresentar um incrível, bem humorado e louco mundo criado por garotos, garotas, homens e mulheres para que pudessem adotar as características de seus heróis favoritos, interpretá-los em lutas por meio de postagens narrativas bem-descritas contra outras pessoas e, claro, se divertirem das mais bizarras maneiras. Detalhe: vale a pena chamá-los de "POQs", que é uma forma resumida para Personagens Orkutianos de Quadrinhos, uma sub-categoria do termo "Fake". De maneira nua e crua, com uma linguagem em que todos entenderão, pretendo expor o que era isso tudo e como, de certa forma, influenciou uma pequena geração de jovens adultos e o porquê de estar em uma "decadência". A meu ver, é claro.

Antes de me aprofundar no assunto, vamos realizar uma pequena análise da palavra e suas sub-categorias mais recorrentes na antiga rede social.

Era o nome do fundador, de sobrenome impronunciável

Para começar, vamos pelo básico: haviam aquelas pessoas que simplesmente criavam um perfil falso para adicionar um marido, um namorado e testar sua fidelidade e/ou ter acesso a alguns álbuns de fotos restritos. Haviam aqueles que se fingiam de celebridades (e aí eu deixo a seu cargo imaginar um ator qualquer. Existia um fake para ele), outros que usavam fotos muito editadas de outros adolescentes modelos para irem a "festas" em fóruns fechados e coisas assim. Não vou me aprofundar muito nestes dois, pois confesso ter tido pouca experiência com isso. O foco aqui serão os POQs que, como já citei antes, eram pessoas que interpretavam personagens em combates de interpretação dentro de comunidades - que funcionavam como arenas - com regras complexas que existem até hoje por aí, basta apenas um pouco de procura.

Houve um tempo onde os jogos de interpretação - do inglês Role Playing Game - viviam o seu ápice em fóruns restritos internet afora, mas, em 2004, todos estes intérpretes migraram para uma rede social que integrava o sistema de postagem em fóruns com uma interface social bem arrojada. Eis que surge o Orkut. No início, a interpretação era simplória e até certo ponto, patética, pois pessoas interpretavam seus personagens, montavam famílias mesclando séries de televisão, animes - ou desenhos japoness - com atores verdadeiros e outras bizarrices. Uma verdadeira bagunça. No entanto, um grupo de pessoas decidiu inovar a maneira de se interpretar por fóruns e a primeira comunidade de luta foi fundada.

Por detalhes técnicos, deixarei para citar nomes e regras e personagens/intérpretes marcantes na próxima postagem da série, onde já estarei em contato - ou não - com os POQs mais antigos, haja vista que só comecei a me tornar "conhecido" faz pouco tempo. Compartilhe para os amigos e dê sua opinião se a série deve prosseguir ou não.

P.S: Eu, Raffael e a Laura (outros autores deste blog) fizemos parte disso tudo.

domingo, 28 de abril de 2013

A Culpa é das Estrelas


Minha opinião é controversa e com certeza será rebatida facilmente por uma centena de pessoas, mas digo logo: não gostei desse livro. Emprestei da minha amiga com a promessa de devolver em perfeito estado pois, segundo ela, o livro era perfeito e tudo o mais. Confesso que até me emocionei no começo, mas conforme as páginas foram virando... A coisa foi perdendo a graça, sabe? Ficando previsível. Igualzinho a muitas histórias por aí.

Mas bom, vamos aos fatos: "A Culpa é das Estrelas", romance escrito por John Green, conta a história da fulminante paixão entre Hazel Grace, que luta contra um câncer na tireóide com ajuda de um remédio (fictício) milagroso e Augustus Walters, garoto perfeito que está em remissão de um osteosarcoma e, por conta dele, usa uma prótese no lugar de uma das pernas. Hazel precisa respirar por um cilindro de oxigênio por conta de sua metástase nos pulmões, é frágil, mal sai de casa. A única exceção é um grupo de apoio para crianças com câncer no porão de uma igreja, grupo esse que ela acha tedioso e - olha, que surpresa! -, deprimente.

A coisa começa a ficar interessante quando nossa querida protagonista encontra Augustus que acompanhava seu amigo, Isaac, no grupo de apoio. Augustus - ou Gus - já lutou contra o câncer e, como metáfora de sua vitória, tem a mania de levar um cigarro na boca sem, no entanto, fumar. Ele é perfeito. Divertido, bem humorado, insistente. Bonito. Apaixona-se perdidamente por Hazel, que o corresponde. Ele inclusive dá um jeito de irem para a Holanda a fim de conhecer o escritor do livro favorito da protagonista, já que ela acha que o escritor deve ser uma pessoa genial e com certeza poderia responder todas as suas perguntas.

Aposto que você já imaginou o resultado da viagem. Aposto até que você já até adivinhou o final do livro! Eu é que não vou contar: vá ler! Só digo que é previsível assim, do jeito que você está pensando. Que é bonito o amor deles, é. Que as descrições, as digressões, as reflexões sobre a vida cotidiana são emocionantes e tocantes, elas são. Mas, pra mim, não passou de mais uma história água com açúcar, mais um reflexo de Romeu e Julieta nos tempos modernos. Quer se emocionar um pouco em uma história bastante óbvia e baixo astral? Leia. Mas não diga que eu não avisei.

terça-feira, 23 de abril de 2013